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Fim do trabalho remoto é retrocesso sanitário e administrativo

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Mesmo com produtividade elevada, TJSE insiste no retorno 100% presencial

TJ corona 750x510O Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) definiu que a partir do dia 3 de novembro todos os servidores do órgão devem retornar ao trabalho presencial. A decisão preocupa a categoria, afinal, a pandemia ainda não acabou. Diretoria do Sindijus entende que trabalho remoto, no período da pandemia, mostrou-se viável e por isso solicitará que modelo se torne permanente.

Uma outra preocupação dos servidores é com a questão do uso do ponto eletrônico com biometria, que pode ajudar a disseminar o coronavírus, já que o ingresso destes às unidades do Judiciário se dá pela aposição de digital nas catracas eletrônicas.

Além disso, muitas unidades do Tribunal de Justiça não oferecem a possibilidade de distanciamento social de dois metros, determinado pela Portaria Normativa n° 62/2020. Destaque-se que a referida norma não foi revogada pela Portaria Normativa n° 73/2021, aprovada na última reunião do Gabinete de Crise sem a participação do Sindijus. Ou seja, o eixo de distanciamento social nos locais de trabalho continua obrigatório.

“O retorno do trabalho presencial e simultâneo de todo o efetivo, no Tribunal, é desnecessário. A pandemia não acabou. Inclusive, nesta terça-feira, a Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju confirmou a transmissão comunitária da variante Delta na capital, isto é, quando não é possível rastrear a origem da infecção e indica que o vírus está circulando entre a população. Além disso, o home office tem funcionado muito bem, então, defendemos o retorno revesado até a pandemia ser definitivamente debelada”, apontou a coordenadora geral do Sindijus, Sara do Ó.

O argumento defendido por do Ó encontra fundamento nas próprias manifestações do TJSE, que ao longo do último ano e meio passou a reconhecer publicamente os elevados índices de produtividade dos servidores no regime de trabalho remoto.

E para complicar ainda mais o cenário, hoje (20), no dia do pagamento dos servidores, ocorre a triste constatação: o Tribunal ainda deve parte da revisão salarial da categoria (2,45%), bem como a correção de 5,45% nos auxílios.
O sindicato protocolará um ofício solicitando que o trabalho remoto seja permanente, com rodízio.